segunda-feira, julho 31, 2006

Um triste CHEIRINHO de impunidade

Um triste CHEIRINHO de impunidade

No dia 05 de junho, próximo à Br 232, nas imediações da Barragem de Rosas, foi encontrado o corpo de um homem, já em estado de decomposição. A população ficou chocada, ao ser informada que era o cidadão José Carlos Lira da Silva, que nasceu no dia 10.11.1969, carinhosamente chamado de CREIRINHO(foto a esquerda). Ele estava sumido desde o dia 02 de junho (Sexta-feira) quando foi visto pela ultima vez na calçada do Supermercado Bonanza, aonde realizava entregas para diversas pessoas. Cheirinho era casado, havia 16 anos, com a Sr. Maria Aparecida Melo da Silva (Cida), 38 anos, com quem teve 3 filhos, Alexandro 14, Leandro 12, e Laercio 10 anos. A família(foto) reside na Rua Rosalvo Alves Ramalho, nº 5 – Pedra Redonda, em Pesqueira-PE. Cida contou, que geralmente ele chegava em casa por volta das 19 horas, e que no dia 2, ele demorou a chegar, então por volta de 21 horas, ela saiu em busca do marido, esteve pela Rua Barão de Vila Bela, mais não obteve nenhuma informação. No dia seguinte, logo cedo, ela dirigiu-se à Companhia de Polícia Militar, aonde foi orientada a ir até à Delegacia. Chegando lá por volta de 8 horas, Cida pediu ajuda e comunicou a ocorrência de forma informal, pois foi informada que lá, ela só poderia resolver alguma coisa na Segunda-feira, aflita pediu ajuda na Rádio Jornal, local aonde costume iramente ele aparecia logo cedo para acompanhar um programa popular, foram colocados avisos. Na Segunda-feira chegou a triste notícia. Cida ajuda no orçamento da família, trabalhando de Agricultora, e na época de estiagem faz faxinas em casa de família, “ agora não sei como vou criar os meus filhos, cheirinho era tudo para nós” desabafou. Apesar de ser pobre, e de manter os filhos na escola, “ela não recebe nenhum benefício social do Governo (Bolsa Escola). Alexandro é uma criança que requer cuidados especiais, ele estuda numa sala especial na Escola do Rotary. Apesar do Delegado – Dr. José Roberto de Siqueira e Silva, ter declarado no dia 9 de junho, numa rádio local, que a causa-mortis diagnosticada pelo IML foi “Hemorragia Intracerebral”, o que revela morte natural, muitos comentam não acreditar. A viúva Cida disse que cheirinho nunca comentou com ela sobre desavenças com ninguém, vez ou outra é que diziam existir muita inveja dele, pelo seu modo simples e simpático de atender aos seus clientes. Algumas curiosidades intrigam os que gostavam de cheirinho, parecem perguntas sem resposta. Cida recebeu do IML: Um relógio de pulso e uma ficha do Bonanza(do guarda volumes), o que se deduz que ele pretendia voltar para resgatar o que ali deixou. Não foi devolvido nenhum centavo, segundo Cida ele sempre mantinha algum dinheiro consigo, principalmente no final do dia, quando já havia ganho como sempre , alguma gorjeta pelo seu trabalho. O que atraiu ele até o local onde foi encontrado sem vida? Uma sensação de impunidade paira no ar, sobre todos aqueles que gostavam de Cheirinho. Um amigo que não quis se identificar comentou: “Apesar de tudo, os mistérios que envolvem o caso careciam de investigação, acho que isso não aconteceu porque ele era uma pessoa pobre”. Até o final de junho, ninguém da Assistência Social havia visitado a família, para realizar a sua OBRIGAÇÃO de assistir aos desamparados e carentes. Reportagem – JPE e Luiz Marques